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“Os mandamentos não são para controlar, mas para Deus se revelar”, ensina pastor

O pastor Joel Engel mergulhou na cena do Monte Sinai para revelar um aspecto essencial dos Dez Mandamentos: mais do que normas, Deus ofereceu um convite ao rela...

“Os mandamentos não são para controlar, mas para Deus se revelar”, ensina pastor
“Os mandamentos não são para controlar, mas para Deus se revelar”, ensina pastor (Foto: Reprodução)

O pastor Joel Engel mergulhou na cena do Monte Sinai para revelar um aspecto essencial dos Dez Mandamentos: mais do que normas, Deus ofereceu um convite ao relacionamento íntimo com o Seu povo. 

“Deus não chega simplesmente com mandamentos, mas com relacionamento”, destacou o pastor em ministração nesta terça-feira (10). 

Com base no Talmud, Engel explicou que as Tábuas da Aliança entregues a Moisés eram dois blocos de pedra quadrados, com cerca de 54 centímetros de altura e espessura — bem diferentes das representações populares com o topo arredondado. Além disso, o conteúdo das tábuas ia além do que os olhos podiam ver.

“A Torá afirma que as palavras estavam ‘inscritas de ambos os lados’ (Êxodo 32:15). Isso significa que a gravação atravessava completamente a pedra. A escrita era visível e legível de qualquer lado.”

Essa inscrição sobrenatural reforça, segundo o pastor, o poder da Palavra de Deus. Ela não era apenas ouvida, mas também “vista”.

“No Sinai, Deus falou com milhares de pessoas, mas se dirigiu a cada um pessoalmente: ‘Eu sou o Senhor, teu Deus’. O Senhor se apresenta para seus filhos pessoalmente.”

Outro detalhe que Engel trouxe foi a respeito da origem das segundas tábuas, após Moisés ter quebrado o primeiro conjunto ao descer do monte e encontrar o povo adorando um bezerro de ouro. Segundo ele, o novo material foi extraído de uma pedreira de safira revelada pelo próprio Deus.

“As tábuas foram feitas de safira, uma pedra preciosa de grande valor. Após a quebra do primeiro conjunto, Deus revelou a Moisés um depósito de safira sob sua tenda. Moisés usou parte da pedra para esculpir as segundas tábuas e ficou com o restante — o que teria sido a fonte de sua riqueza pessoal.”

É o que diz Êxodo 34:1: “Ele lhe mostrou uma pedreira de safira e disse: ‘As sobras serão tuas.’”

Engel destacou ainda que Moisés é um exemplo de alguém que não buscava recompensas materiais, mas apenas agradar o Senhor: “Deus valoriza pessoas como Moisés. Ele só queria agradar a Deus. Com ele, Deus falava face a face — porque Moisés era interessado em estar sempre pronto para buscar o Senhor.”

Mandamentos ou revelações?

Para o pastor, o maior equívoco ao ler os Dez Mandamentos é enxergá-los apenas como proibições. Ele aponta que, segundo a tradição judaica, o primeiro mandamento não é uma ordem, mas uma revelação da identidade e do amor de Deus.

“O Primeiro Mandamento não é uma ordem, é uma revelação”, ressalta.

Engel explica que há uma diferença significativa entre a forma como os mandamentos são apresentados na tradição judaica e na visão cristã ocidental:

- Visão cristã (Êxodo 20:3): “Não terás outros deuses diante de mim.”“Essa leitura enfatiza a proibição da idolatria, refletindo a preocupação do contexto romano com os muitos deuses e práticas pagãs.”

- Visão judaica (Êxodo 20:2): “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.”“Aqui, Deus se apresenta como libertador — alguém que deseja ser conhecido, e não apenas obedecido.”

E explica: “A visão que recebemos no cristianismo foca em adorar somente o verdadeiro Deus, ou seja, em não idolatrar. Mas na visão judaica, que Moisés recebeu, o povo é levado a conhecer a Deus como libertador.”

613 mandamentos, um objetivo

Segundo Engel, a tradição judaica reconhece 613 mandamentos na Torá — sendo 248 positivos (“faça isso”) e 365 negativos (“não faça isso”). No entanto, ele enfatiza que Jesus trouxe um entendimento mais profundo da fé.

“Jesus veio nos ensinar que a vida eterna não é simplesmente cumprir todos os mandamentos, mas conhecer a Deus.”

Ou seja, não se trata apenas de seguir regras, mas de entrar em uma jornada contínua de comunhão com o Criador. Para Engel, o que toca o coração de Deus é justamente isso: “O que mais vai agradar a Deus é que você o conheça.”

Veja a pregação completa:

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